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Fóruns de discussão de assuntos profissionais dos Técnicos Oficiais de Contas

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

TEOLOGIA & SANTOS PADROEIROS. DA DEONTOLOGIA E DA IDEOLOGIA



DA TEOLOGIA....& DOS SANTOS PADROEIROS 

A actual Santa padroeira da Cidade do Porto, Nossa Senhora de Vandoma, que  se encontra do lado esquerdo, do altar-mor, na Sé Catedral, foi-nos deixada - conta a lenda - pelo Bispo da cidade Francesa de Vandôme, que participava na batalha pela reconquista aos infiéis, da cidade do Porto, comandados pelo galego VIMARA PEREZ,  cuja estátua se encontra junto à catedral.
Conta lenda que o Bispo, incentivava os soldados cristãos, com a imagem de Maria debaixo do braço, montado no seu cavalo.
O bispo decidiu ficar por cá e doou a Imagem de Nossa Senhora de Vandoma à cidade.

Antecedeu-lhe no cargo, São Pantaleão de Nicomédia, mártir cristão, decapitado em 305, cargo que "ocupou" durante cinco séculos.

Reza a lenda, que com a queda de Constantinopola - o império romano do oriente - os Arménios, que zelavam pelas suas relíquias, fugiram numa embarcação que, à deriva e sem velas, acabou por entrar na perigosa barra do Douro e sem ninguém ao comando, encalhando na praia de Miragaia ( onde foi construído o edifício da antiga alfândega). Daí a Rua da Arméria, junto das arcadas.
Foi por esse motivo padroeiro dos pescadores e pela igreja de S. Pedro de Miragaia, ficaram, até que um Bispo, D Diogo Sousa, resolve  aldraba-los e a procissão que deveria começar e acabar em Miragaia, acabou na Catedral, com a retenção da relíquias do Santo.

Já o Arcebispo de Compostela, Diogo de Gelmirez, quando vem a Braga, ordenar D Hugo, como Bispo  do Porto, manda levar pela calada da noite uma série de relíquias dos: Santos Frutuoso, Silvestre, Cucufate e Susana virgem e mártir.
Estas coisas eram frequentes!
( Fui figurante como Cônego, na encenação dos 900 anos da restauração da Diocese, e tinha o Roberto Merino a fazer de Diogo de Gelmirez)

E S. Mateus.....

Ao que consta, o autor, ou melhor a quem se atribuí a sua autoria de um dos quatro evangelhos canónicos e apócrifos, era um cobrador de impostos ao serviço do imperador de Roma, que Jesus convida para se juntar à sua causa.
Convite que mereceu a tradicional reprovação dos seus seguidores, mas como era seu apanágio, Jesus demonstrou que mesmo os pecadores, tinham a sua absolvição.
Não creio que, no paraíso, o Apóstolo Mateus, tenha muito orgulho do seu passado, tal como, a ser verdade que Maria Madalena, tenha sido uma meretriz, esta não tem igualmente, muito orgulho do seu passado e não gostaria de ver o seu nome associado a qualquer situação em que  fosse invocada como padroeira do meretrício, tal como o apóstolo Mateus não gostaria de o ser, a quem tem como missão cobrar impostos, seja lá para quem for.

Ao que consta, na idade média, houve uma discussão acessa, em torno de se saber quem tinha pago a conta da última ceia - não, não é um texto humorístico, existiu mesmo - e ao que consta inconclusiva. Pelo que não terá sido Mateus a dividir por doze ( o chefe nunca paga ) ou a tratar do economato quer da última ceia, quer dos inúmeros relatos bíblicos, que potenciavam algum plano & orçamento.

Quanto muito o Apóstolo Mateus, poderia ser o Santo Padroeiro dos Inspectores Tributários e da Autoridade Tributária e Aduaneira, mas nunca dos contabilistas.
( Sim há na Itália esta atribuição ao Santo, mas convenhamos que é demasiado forçada)

Quanto muito, a existir um dia do Contabilista, seria o de FREI LUCA PACIOLI, frade franciscano que entre muitos trabalhos cria o conceito do método das partilhas dobradas, que é a base do nosso trabalho como contabilistas.

DA DEONTOLOGIA & DA IDEOLOGIA...

Tem a Ordem, desde a fundação das suas estruturas sucedâneas,  a carência de uma independência concreta face ao Fisco, sendo na esmagadora maioria das vezes uma entidade subserviente, sem a distância que se impunha e que estatutária está consagrada.

Apesar da prometida valorização da profissão junto da sociedade civil e do tecido empresarial, em vez do exultarmos FREI LUCA PACIOLI, exultamos a imagem que passamos ( a imensa maioria e a sua ordem ) de homens e mulheres que "nos tratam dos papéis do IRS" e " arranjam maneira de pagarmos menos tributos ao estado", pela via de um apóstolo - Mateus - que não tinha muito orgulho na sua ocupação profissional.

A escolha de S. Mateus, pela justificação dada, não passa disso mesmo, da promoção dessa imagem e não da outra, a da contabilidade.
A existir um dia próprio, repito a existir um dia.....

Mas como organização laica que é, presumo que no próximo dia 22 de Setembro, em Vila Real, a Ilustre Bastonária se dirija aos membros presentes, desejando um evento aprazível, na paz do Nosso Senhor Jesus Cristo, Nosso Pai - e virando-se depois para os membros que pertencem às outras duas religiões monoteístas  - ...Nosso Pai, Vosso Tio!
( de profecta para o islão a falso messias para o judaismo)

O rezingão do costume.
Continuação de umas óptimas férias.
Javé, Deus ou Alá: vos guarde!

















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