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domingo, 9 de novembro de 2008

A Noite de Cristal que anunciou o Holocausto

DIARIO DE NOTICIAS DE HOJE:
"Alemanha. Assinalam-se hoje os 70 anos do início da perseguição aos judeus
Foram mais de 12 horas de violência e destruição contra a comunidade judaica na Alemanha, que causaram 90 mortos, em números oficiais, e levaram às prisões 30 mil pessoas.

Os ataques começaram na noite de 9 de Novembro de 1938 e prolongaram-se até à tarde seguinte. Com os acontecimentos destas horas - que ficarão conhecidos por Noite de Cristal (Kristallnacht) - abria-se um capítulo trágico e tenebroso na história alemã, que culminaria na estratégia de extermínio do Holocausto.

As casas das famílias judaicas foram invadidas, as lojas e empresas assaltadas, as sinagogas incendiadas. A destruição espalhou-se da Alemanha à Áustria e aos territórios checos - o III Reich hostilizava a sua própria população, segundo o modelo de acção de todo o regime totalitário.

Os testemunhos confirmam que o nível de violência iria legitimar a desumanização a que seriam submetidos os judeus com a barbárie do Holocausto. "Acordei ao som de vidros a partirem-se", recordava ontem Margot Schwarz, então com 17 anos, lembrando que, após o ataque à casa, voltaram "de madrugada para levarem o meu o pai". Não seria o único. Outros tantos milhares foram presos nessa noite e na manhã de dia 10, arrancados de suas casas ou interpelados nas ruas - "não se gerou pânico entre os judeus, apenas uma ideia fixa. Ia ser o salve-se quem puder", comentava Betty Alsberg, hoje com 88 anos. Na época a residir em Breslau (actual Vratislávia), Betty reviveu ontem em palavras o momento de 1938 em que se aproximava da sinagoga local, onde funcionava uma escola rabínica, a arder no centro da cidade. "Os professores diziam-nos 'saiam daqui, saiam da cidade', sabíamos que tudo estava a mudar".

Outros testemunhos relembraram a passividade dos bombeiros, obrigados a actuarem apenas quando os incêndios, que grassavam nas sinagogas e casas de judeus, ameaçassem outras habitações. A sinagoga de Rykestrasse, em Berlim, não foi atacada por estar perto de residências alemãs. Mas nem todos subscreveram a hostilização aos judeus. "Muitos correram riscos nesses dias, por vezes só por nos trazerem comida", assinalava um sobrevivente.

Para o regime, a Noite de Cristal era a resposta à agressão de Ernst von Rath, um diplomata alemão em Paris, por Herschel Grynszpan, um judeu polaco. De facto, abriu o capítulo mais negro na história da Alemanha: o genocídio dos judeus. Mas este genocídio não foi o primeiro nem seria o último no século XX. | Com agências "

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