um risco oblíquo
em tua mão
e era o destino
a mesma mão das carícias
dos castigos
do amanho da terra resnascida
a tua mão esse laço de vida
a suave ordenhadora do leite
e da fabricação do mel
a mesma por onde passavam
os nascidos e afagavam os olhos dos moribundos
a tua mão
esta noite tocou-me
de tão longe
de
Todas as Margens - 2003
MANUEL MONTEIRO poeta transmontano de Vila Real
1 comentário:
Uma prece para minha Mãe
Ela olha o horizonte com uma prece
Na mão, as pequeninas contas;
Esfrega, aquece.
O coração bate esperança
Fincada no céu
Por trás das nuvens.
No seu caminho não existe barreira, um muro
Que pare o curso
Do rio caudaloso da sua vida
E o fel se torna doce lembrança
Daqueles dias amenos
De outrora Na aurora da sua vida
Da sua infância
Seus folguedos Ela, dona dos seus brinquedos
Se eu pudesse
Dar-te-ia minhas noites de sonhos
Em troca dos seus dias de penúria
Se eu pudesse
Colocaria no ar que respiras
O perfume de todas as flores
E te daria a força de somados amores.
de Paulo Fernandes
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